Alterima - Geradores de energia elétrica

Adubo organico de suinos e bovinos

Por em 15/10/2011
Adubo organico de suinos e bovinos

Para melhorar o ganho de peso, consumo de ração e a conversão, os produtores de suínos costumam utilizar cobre e zinco na dieta dos animais. No entanto, novos estudos têm mostrado que o efeito promotor de crescimento do cobre depende do quanto ele é absorvido no intestino. Para isso, o importante é que o produtor utilize fontes com maior disponibilidade de cobre, obtendo assim, melhor resultado.

O Mintrex Cobre, por exemplo, é um suplemento que reduz a quantidade de cobre total para 80ppms, melhorando a produtividade e diminuindo o impacto ambiental. Esse assunto foi discutido no IV Simpósio Brasil Sul de Suinocultura, entre os dias 9 e 11 de agosto, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nês, em Chapecó (SC).

Segundo Ricardo Esquerra médico veterinário especialista em nutrição de suínos e solutions manager da Novus do Brasil, o zinco e o cobre são usados na dieta de suínos como promotores de crescimento, mas servem ainda para reduzir doenças entéricas.

— Os benefícios observados com a suplementação de zinco e cobre são o melhor ganho de peso, consumo de ração, conversão e saúde intestinal. Normalmente, as dietas contam com altas concentrações de óxido de zinco nas primeiras semanas de desmama. Já o sulfato de cobre é normalmente utilizado entre 125ppms e 150ppms, dependendo da fase, desde a desmama até o abate — afirma o médico veterinário.

No entanto, ele diz que novas informações mostram que esse programa pode ser melhorado. De acordo com ele, o efeito promotor de crescimento do cobre depende muito do quanto ele é absorvido no intestino. Isso significa que, se o produtor utiliza fontes mais disponíveis de cobre, ele obtém mais resultado.

— O que temos observado é que, com o uso do Mintrex Cobre, por exemplo, é possível reduzir a quantidade de cobre total para 80ppms com melhor conversão na terminação, maior ganho de peso e melhor desempenho, comparado aos programas usados hoje em dia — explica Esquerra.

Para ele, o impacto que esse tipo de nova abordagem causa na produtividade é muito interessante. O médico veterinário conta que esse novo programa pode ser usado em dietas que empregam promotores de crescimento para aumentar o desempenho, por exemplo.

— Temos feito vários cálculos sobre qual seria o custo dessa técnica. Em muitos casos, a economia é de R$2 por tonelada de ração. No entanto, pode ser necessário um investimento de até R$2 reais por tonelada, dependendo de como essa ração é formulada pelo nutricionista — afirma.

Esquerra diz ainda que essa é uma estratégia nutricional que pode melhorar a produtividade. Além disso, ele chama a atenção para a questão do impacto ambiental. Isso porque, como o objetivo é reduzir a quantidade total de cobre, acaba-se diminuindo também a excreção do mesmo.

Um dos fatores mais preocupantes na suinocultura é a natimortalidade e mortalidade de leitões. A primeira se refere ao período pré e durante o parto. Já a segunda, aos primeiros dias de vida dos leitões. A mortalidade apresenta os índices mais preocupantes da produção e cerca de 60% das mortes ocorrem entre os cinco primeiros dias após o nascimento. Por isso, o produtor deve adotar medidas de manejo adequadas desde a gestação da fêmea até os primeiros dias de vida dos filhotes. A atenção especial aos leitões de baixo peso bem como o fornecimento adequado de colostro podem garantir a sobrevivência dos animais e o sucesso da produção.

Segundo Rodrigo Geraldini, consultor técnico-comercial da Agroceres PIC, a natimortalidade é causada por diversos fatores, como vírus, por exemplo. No entanto, em quase 100% dos casos, é causada devido ao manejo inadequado, seja pré ou durante o parto.

— Entre os fatores, está a maneira como os colaboradores atuam durante o parto e o volume de ração pré-parto oferecido à matriz — acrescenta o consultor.

Ele afirma que, durante o parto, é preciso ter um acompanhamento rigoroso a partir do rompimento da bolsa, além de atentar para o tempo de aparecimento do primeiro leitão e o intervalo entre leitões.

— É necessária a presença de uma pessoa para observar o comportamento da matriz, como ausência de contração ou contração sem expulsão de leitão. O ambiente onde ocorre o parto também é muito importante. Quanto mais calmo, maior é a redução da taxa de natimortalidade — explica.

O índice de natimortos deve estar abaixo de 5%. Já o de mortalidade, é considerado um dos mais importantes da suinocultura, pois é onde se perde o maior número de leitões. Cerca de 60% dessa mortalidade ocorre no período de 0 a 5 dias após o nascimento.

— O atendimento aos leitões recém-nascidos durante os primeiros dias é fundamental para o controle da mortalidade na maternidade, com foco nos filhotes de baixo peso. Nos que apresentam peso abaixo de 900g a mortalidade chega a 70% e hoje, o nascimento de leitões com baixo peso é comum na suinocultura — afirma.

O esmagamento de filhotes também apresenta índices preocupantes. De acordo com Geraldini, dentro do índice de 60% de mortalidade pós-parto, 35% a 50% corresponde a leitões esmagados pela fêmea. No entanto, esse é um problema de adaptação dos animais.

A distribuição de colostro é outro aspecto importante durante os primeiros dias de vida. O consultor diz que ela deve ser feita com muito critério e que, após o nascimento, o leitão deve ingerir 30ml até as 6 primeiras horas de vida. Isso é conseguido através de um rodízio de filhotes numerados.

— Esse colostro é ainda mais importante para os leitões de baixo peso. No entanto, sua ingestão é artificial. Por isso, o mais importante é ensinar o leitão recém-nascido a mamar. A partir do quinto dia, tudo é mais fácil, pois o leitão passa a estar adaptado ao ambiente e a fêmea aos filhotes — garante Geraldini.

 

Uma alternativa usada pela Embrapa Meio-Norte pode transformar dejetos suínos de pequenas criações em adubo orgânico. No Projeto Boa Esperança, realizado na Comunidade Brejão, em Antônio Almeida (PI), além tecnologias mais sustentáveis para a produção de suínos, é utilizada a cama sobreposta, que consiste em uma grande caixa feita de muretas de alvenaria onde são depositadas palhas ou outros materiais absorventes junto com os dejetos dos animais. Essa técnica garante a conservação ambiental, além de aumentar a rentabilidade e economia das pequenas propriedades.

Segundo Robério Sobreira, zootecnista da Embrapa Meio-Norte, na Comunidade Brejão, os suínos eram criados em mangueirões com grande quantidade de lama na época das chuvas. Essa lama era carreada para o riacho que corta a comunidade.

— A solução encontrada foi fazer algo barato e eficiente: um galpão de palha utilizando a cama sobreposta — conta o zootecnista.

Ele explica que, na medida em que os dejetos entram em contato com a palhada, eles desidratam sem a emissão de odor. Em determinado ponto, a caixa recebe uma nova camada de palhada e assim sucessivamente. Quando o ciclo é completado, a cama é retirada e destinada à compostagem, o que fornece um excelente material para a adubação orgânica.

— Para a realização da compostagem, é retirado um monte, que é periodicamente molhado. Para apressar ainda mais o processo, o produtor pode fazer o revolvimento desse material. Depois de até 60 dias, nas condições do Nordeste, o material adquire a aparência de húmus e pode ser utilizado — explica.

Sobreira diz que a cama sobreposta deve ser utilizada onde se tenha disponibilidade de materiais absorventes. Como benefícios, ela traz conforto e melhora a aparência dos animais, diminui a incidência de doenças, promove a economia de água, conserva o meio ambiente e aumenta a rentabilidade.

— No entanto, é preciso ressaltar que a cama sobreposta como melhor opção não é uma regra para a suinocultura, ou seja, cada situação tem suas particularidades. Em outras comunidades, um galpão nos padrões da suinocultura industrial pode ser mais eficiente e econômico — afirma.
 
Ainda de acordo com o entrevistado, o galpão construído no projeto comporta 25 animais, o que não impede que a tecnologia seja utilizada em uma escala maior, onde se comportaria até 100 animais de terminação.
 
— Estamos trabalhando com 2m de galpão por animal. Portanto, o galpão de 5m x 10m foi projetado para comportar 5 animais. Para obter o tamanho necessário para a terminação de qualquer outro lote, basta calcular a proporção — explica Sobreira.
 
 

Aguarde..