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Baterias à base de água têm capacidade muito maior do que se calculava alterima fabrica de geradores de energia elétrica

Por Alterima em 12/04/2023
Baterias à base de água têm capacidade muito maior do que se calculava alterima fabrica de geradores de energia elétrica

São baterias à base de água, que não usam metais, como lítio e cobalto.
[Imagem: Texas A&M Engineering]

Baterias sem lítio

Pesquisadores descobriram que é possível aumentar em 1.000% a energia armazenada em baterias à base de água, que não usam metais.

Essas baterias são diferentes das baterias de íons de lítio, que contêm ainda o cobalto, que é caro e problemático. Em vez de metais, elas usam polipeptídeos orgânicos, que são estáveis o suficiente para que a bateria funcione e versáteis o bastante para serem reciclados no final da vida útil.

E essa química mais segura também evita incêndios na bateria.

"Não haverá mais incêndios de bateria porque elas são feitas à base de água," disse a professora Jodie Lutkenhaus, da Universidade do Texas, nos EUA. "No futuro, com a previsão de escassez de materiais, o preço das baterias de íons de lítio vai subir muito. Se tivermos essa bateria alternativa, poderemos recorrer a essa química, onde o fornecimento é muito mais estável porque podemos fabricá-la [localmente]."

Baterias à base de água têm capacidade muito maior do que se calculava

Esquema de funcionamento da bateria de peptídeos.
[Imagem: Tan P. Nguyen et al. - 10.1038/s41586-021-03399-1]

Baterias aquosas

Como as demais, as baterias aquosas consistem em um eletrodo positivo (ânodo) e um negativo (cátodo), interligados por um eletrólito. Os cátodos e ânodos são polímeros que podem armazenar energia, e o eletrólito é água misturada com sais orgânicos - existem até protótipos de baterias com água do mar.

O eletrólito é a chave para a condução dos íons e para o armazenamento de energia, por meio de suas interações com os eletrodos.

E é aqui que está a novidade apresentada pela equipe: Como os eletrodos incham e desincham durante o recarregamento e o uso da bateria, escolher o melhor material faz uma diferença de até 1.000% em termos da energia que pode ser armazenada.

De acordo com a equipe, os polímeros radicais redox-ativos não conjugados (eletrodos) são candidatos promissores para baterias aquosas livres de metais devido à alta voltagem de descarga e à cinética redox rápida desses polímeros. Mas achar a composição ideal não é fácil porque a reação é complexa e difícil de resolver, devido à transferência simultânea de elétrons, íons e moléculas de água.

"Nós demonstramos a natureza da reação redox examinando eletrólitos aquosos de caráter cao-/cosmotrópico variável usando microbalança eletroquímica de cristal de quartzo com monitoramento de dissipação em uma variedade de escalas de tempo," contaram os pesquisadores.

Baterias à base de água têm capacidade muito maior do que se calculava

As simulações computadorizadas permitiram construir uma teoria refinada do funcionamento dessas baterias inovadoras.
[Imagem: Ting Ma et al. - 10.1038/s41563-023-01518-z]

Melhorar os materiais

Os dados experimentais foram então usados para alimentar simuladores computacionais, que permitem refinar a análise sobre o que ocorre em escala molecular na dinâmica da bateria e na estrutura dos próprios materiais, o que é essencial para selecionar os melhores.

"Teoria e experimento geralmente trabalham juntos para entender esses materiais. Uma das coisas novas que nós fizemos computacionalmente nesta pesquisa é que, na verdade, nós carregamos o eletrodo até múltiplos estados de carga e vimos como o ambiente responde a esse carregamento," contou Daniel Tabor, membro da equipe.

Finalmente, a equipe testou o cátodo com vários sais, medindo exatamente quanto água e quanto sal fluía pela bateria durante sua operação. Com isto, eles agora possuem um quadro teórico completo embasando seus experimentos, o que permitirá selecionar os materiais mais adequados para obter um balanço adequado entre capacidade de armazenamento e durabilidade da bateria aquosa.

"Com esta nova tecnologia de armazenamento de energia, este é um avanço rumo a baterias sem lítio. Nós temos uma imagem de nível molecular melhor do que faz alguns eletrodos de bateria funcionarem melhor do que outros, e isso nos dá fortes evidências de onde avançar no projeto dos materiais," confirmou Tabor.

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